Mercado da Madalena - Confraria dos Chifrudos

Fachada do "Bar dos Cornos"

O segundo estabelecimento visitado no Mercado da Madalena, foi o bar "Confraria dos Chifrudos". Na entrada do bar, uma placa que contém um par de chifres e um sino, avisa: "Se não for corno, seja bem vindo. Se for, toque o sino". Isso mostra o quanto o local é democrático.

Sr. Fernando, o proprietário, nos falou que há 32 anos está naquele local, começando com "A tradicional rabada do Fernando", prato elaborado com a cauda do boi, muito apreciado na "baixa gastronomia nordestina".

Em junho de 1981, um grupo de amigos frequentadores do bar e que, por força de trabalho, passavam a semana em viagens, brincavam entre eles, referindo-se às esposas, que "ficavam sozinhas durante a semana" e podiam procurar "calor humano" no "Ricardão". Em uma dessas viagens, um deles trouxe um par de chifres, que adorna a placa que citei a pouco e deram início à confraria. A confraria tem eleição anual para escolha de seu presidente.

No bar, além da rabada, que é servida acompanhada de pirão e arroz, ainda é servido cozido, sarapatel, bode guisado, dobradinha, macaxeira, galinha e outras "estrelas" do que chamamos de "comida de boteco". Tudo acompanhado da cerveja gelada ou de uma boa cachaça. Funciona das 6:00 às 17:30 horas, exceto aos domingos.

Pedimos ao Sr. Fernando, que nos contasse algum fato engraçado, entre as centenas que já presenciou nesses 28 anos da confraria. Ele lembrou de um bem recente, da semana anterior. Segundo ele, "um cidadão chegou no bar, pediu uma cerveja e pediu que colocasse uma música de corno e começou a chorar. Quando indagado porque chorava, respondeu: é que minha mulher foi embora hoje pela manhã.

Sr. Fernando, proprietário, à caráter

Os associados contam com "Carteira de Sócios". No verso do "documento", a "Oração dos Cornos", que diz assim:

"Meu Deus...

Fazei com que eu não seja corno.
Se eu for, que não saiba,
Se eu souber, que não veja,
Se eu ver, que me conforme,

Amém!

Por Agostinho Lopes e Suzana Angelim